Hoje vamos falar sobre os três maiores desafios que o consultor de cidades inteligentes vai enfrentar se quiser ter sucesso na carreira de consultor.
Mas antes, vamos contextualizar:
Nós temos aqui um um objetivo, uma meta ousada: transformar 50%+1 das cidades brasileiras em cidades inteligentes até 2030. Essa é a nossa meta.
E por que 2030 e não 2025 ou 2050? Porque nós aqui do instituto somos uma empresa signatária da rede do pacto global e nos comprometemos a ajudar a atingir as metas do objetivo do desenvolvimento sustentável, a agenda 2030.
E pra gente conseguir implementar isso no Brasil, a gente precisa ter pessoas que entendam qual é o processo, entendam de política pública e das regras desse jogo pra poder implementar isso nas cidades.
E é por isso que surgiu a semana do consultor LICI, a semana do consultor em cidades inteligentes. Nós criamos um evento para poder te mostrar todas as oportunidades e possibilidades, o que a faz um consultor em cidades inteligentes, como ele atua, quais são os desafios que ele enfrenta e quais são as as oportunidades que esse mercado traz.
A consultoria em cidades inteligentes é uma profissão nova. As universidades ainda não estão preparando as pessoas pra isso, ainda que existam várias pós-graduações em cidades inteligentes, nenhuma delas ensina o que a gente está ensinando aqui. E eu já procurei várias pós, além de que já fiz graduação, mestrado, doutorado e um monte de curso pra conseguir compilar o conhecimento que tenho.
E o que eu vejo é que a informação existe, mas está espalhada. E esse é justamente um dos desafios que você, se quiser atuar como consultor em cidades inteligentes, vai precisar vencer:
Organizar e compilar as informações
Como eu disse, as informações existem, estão aí, mas estão distribuídas em canais diferentes de informação.
Tem informação que você vai encontrar no site dos ministérios, tem informação que você vai achar no site da prefeitura, outras você não vai achar aqui no Brasil, algumas você vai achar na Constituição e algumas não estão em lugar nenhum, você só vai descobrir porque está ali no dia a dia vivendo o processo.
Então, esse é um dos primeiros desafios que você vai precisar vencer pra ter sucesso nessa carreira. Ter acesso a informação verdadeira e organiza-la de forma didática, de forma que você consiga entender a regra do jogo da política pública.
A política pública em nosso país é complexa. São mais de 14 mil leis a nível federal e muitas outras estaduais e municipais. É muita lei pra poder fazer a coisa acontecer e você não vai conseguir acessar e organizar tudo isso rapidamente se estiver sozinho.
E digo isso porque foi o que aconteceu comigo. Foram 10 anos da minha vida estudando sobre cidades inteligentes e, após todos esses anos, e ainda sentia que precisava aprender muito mais.
Se eu fosse fazer todos os cursos que considerava importante – direito, geografia, arquitetura, desenvolvimento de sistemas, governança digital, gestão de projetos, administração – levaria muito tempo.
Então, parei e analisei: eu já tinha conteúdo o suficiente para começar ou precisava mesmo coletar mais informações?
Eu já tinha graduação, mestrado, doutorado, MBA, inúmeros cursos rápidos e de extensão… percebi que o meu conhecimento já era o suficiente pra ajudar várias cidades. Eu precisava colocar em prática o que eu sabia.
Mas para isso precisei compilar, organizar e estruturar todo o conhecimento de forma que conseguisse aplicá-lo a favor das cidades inteligentes e alcançar o meu objetivo.
E por que eu tô te falando isso? Pra você saber que eu acho extremamente importante estudar, mas só estudar não basta, é preciso colocar em prática o aprendizado.
Talvez você precise fazer isso também. Eu fiz isso sozinha e demorei quase 15 anos pra conseguir estruturar isso em um método, mas você não precisa de todos esses anos, porque hoje existe um jeito mais rápido e mais fácil de chegar aqui e eu conto sobre ele na Semana LICI que acontece algumas vezes no ano.
Em resumo, você pode ter muita informação, mas vai precisar compilar essas informações e organizá-la e estruturá-la em um caminho claro que te leve a ganhar dinheiro pela aplicação do seu conhecimento.
Consultores em cidades inteligentes são pessoas que serão contratadas por um município e que devem primeiro entender das regras das políticas públicas, saber o que são cidades inteligentes e saber qual é o caminho… Do contrário, como é que você vai oferecer uma consultoria de cidade inteligente se você não sabe o que que é cidade inteligente?
Como é que você vai oferecer uma consultoria de cidade inteligente se você não entende das regras da gestão pública brasileira? Como é que você vai aprender a a guiar os quatro agentes da inovação se você não sabe se comunicar com os quatro agentes da inovação?
Então, talvez você tenha o conhecimento, mas esteja faltando aí algumas ferramentas. O que você precisa é identificar o que está faltando, aprender sobre e como usar essas ferramenta para destravar a sua roda e poder atuar e acelerar a atuação como consultor.
É preciso fazer uma autoavaliação para ver o que você tem e o que não tem, o que está bom e o que precisa melhorar. Essa é a primeira coisa a ser feita: alinhar o seu conhecimento, saber onde você está, onde quer chegar e o quão longe você está desse lugar. Sabendo disso, você vai poder criar essa essa linha de acesso.
A segunda coisa é que o conhecimento também precisa se transformar em argumentos.
Argumentos
O consultor em cidades inteligentes precisa ter argumentos que o ajude a convencer o gestor e os quatro agentes da inovação quando se deparar com alguma objeção, porque elas virão:
“Ah! Mas no meu município não vai funcionar, aqui sempre foi desse jeito, aqui esse negócio nunca aconteceu. No nosso município tem duas famílias que ficam revezando o poder e eles não estão preocupados com a população. Esse negócio de cidade inteligente não vai funcionar no nosso município.”
Se alguém te falar isso, você sabe que resposta dar? Sabe como quebrar essa objeção? Sabe como sentar com o prefeito e explicar pra ele que, embora ele seja dessas duas famílias, o porquê é interessante pra ele o projeto de cidade inteligente? Você tem essa resposta? Consegue falar com ele? Tem os argumentos? Eu tenho. E eu ensino esses argumentos para meus alunos.
Então o conhecimento, o acesso à informação, não vem apenas de você entender o que é a Constituição, a LOA e a LDO, não é apenas conhecer dos planos, dos projetos e dos recursos. Vem também do conhecimento em comunicação, dos argumentos que você usa pra poder demonstrar esse conhecimento.
Você precisa saber o que dizer se alguém te falar que o município tem menos de dez mil habitantes, portanto não é obrigado a fazer plano diretor.
Um consultor em cidades inteligentes que não consegue convencer o gestor e os quatro agentes da inovação de que aquele projeto é importante não vai conseguir fazer a venda e nem implementar o projeto na cidade.
E você pode ir atrás de descobrir isso sozinho, como eu fui, mas vai ter que mapear umas dez cidades pra descobrir qual é a objeção de cada uma, testar o argumento e só então saber se aquele argumento vai dar certo ou não. E isso vai demandar muito, muito tempo.
Agora, imagina como seria se você fizesse parte de uma comunidade que já vem, há mais de dois anos, testando argumentos e que já sabe o que responder em cada pergunta?
Como seria se você pudesse contar com alguém pra te orientar, te dizer “se te falarem x, você tem que falar isso. Se te perguntarem y é isso que você responde.”
Quanto tempo te economizaria na aceleração da sua carreira?
E se, ao te questionarem “em que cidade que você já fez isso?”, você pudesse falar “eu faço parte de um instituto que já está trabalhando nesse projeto há mais de dois anos. E a gente já tem estudo de caso nesse, nesse, nesse, nesse, nesse e nesse município.”
O quanto isso facilitaria seu processo de fechar contratos? Já pensou que de repente o que falta pra você não é o conhecimento técnico, mas sim network?
É fazer parte de uma comunidade que já caminhou esse caminho e que vai te entregar o mapa para que você possa caminhar também, porque agora você vai fazer parte de um propósito, vai se comprometer com uma meta, vai estabelecer uma parceria.
Você já parou pra pensar que não precisa reinventar a roda? Que a roda já foi inventada e o que você precisa fazer é andar com quem tem a roda pronta?
Todos nós enfrentaremos desafios, mas juntos nós conseguimos superá-los com mais facilidade.
Vamos só recapitular quais são os desafios que você vai precisar vencer se você quiser ser um consultor em cidades inteligentes:
Primeiro: você vai precisar vencer a falta de informação e falta de organização dela.
Não apenas a sua, que hoje não sabe das regras do jogo, que não tem os argumentos, que não sabe como a coisa funciona, mas também a falta de acesso à informação do seu cliente.
Segundo: você vai precisar vencer a questão relacionada com a argumentar para escalar.
Fechar um contrato por ano não vai pagar suas contas, então você precisa participar de um processo que já esteja funcionando. Fazer parte da nossa comunidade quer dizer estar ao lado de quem já está há um tempo plantando as sementes, quer dizer que você vai nos ajudar a colher os frutos.
Nós estamos plantando, estamos criando a demanda e a demanda está chegando. Isso gerou uma solução para essa questão da escalabilidade. Você não precisa ficar batendo de porta em porta nas prefeituras, não precisa ir na tentativa e erro para descobrir qual é o melhor método para ter uma alta taxa de conversão de contratos. Isso já foi mapeado.
Só que isso não é entregue assim para qualquer um, mas apenas pra quem está realmente comprometido com o método, com o propósito e com a meta de ter 50%+1 de cidades inteligentes do Brasil.
E terceiro: você vai precisar vencer o desafio da procrastinação.
Vencer a procrastinação
Tem gente que fala assim “ah, eu não vou fazer isso agora não. Deixa pra amanhã, esse negócio vai dar muito trabalho. Vou esperar eu ficar um pouquinho mais fácil”
Acontece que pessoas procrastinadoras não alcançam o sucesso nem na consultoria em cidades inteligentes e nem em nada na vida. Não existe sucesso sem sangue, suor e lágrimas. Se você não está disposto a sair da sua zona de conforto, daqui a dez anos você vai estar exatamente onde está agora. E não há nada e nem ninguém que seja capaz de te tirar dessa zona. Isso é uma decisão individual. É você que vai ter que toma-la.
E não vou mentir: sair da zona de conforto é desconfortável, mas é o que vai te levar pro próximo nível. Você não vai conseguir ter ganhos grandes profissionais fazendo exatamente o que faz hoje. Fazendo o que faz hoje, você vai ter o ganho que tem hoje. Se quer ter ganhos maiores, precisa começar a fazer diferente.
Se você plantar limão, colherá limão. A natureza é sábia. Não tem como plantar limão e colher morango. O máximo que você consegue fazer é do limão uma limonada, mas se plantar limão é limão que você vai colher.
Agora, me diz, você está disposto a assumir as rédeas da sua vida? A ajudar a acelerar cidades inteligentes? Fazer disso a sua profissão? E, pra isso, você está disposto a passar por um período de aprendizagem em que vai reduzir os seus ganhos porque vai estar se dedicando ao estudo?
É como dar três passinhos pra trás pra pegar impulso, pra ganhar velocidade. O processo de estudo são os três passinhos para trás e aí então você corre e dá o salto.
Não tem milagre, eu precisei sair da minha zona de conforto também, mas não tinha ninguém pra me mostrar o caminho. Hoje a gente tem um método desenhado que te tira dessa zona de conforto rapidão e te permite alcançar resultados rápidos. Eu demorei quase três anos pra conseguir sair do deserto e fazer a coisa acontecer. Hoje eu ensino pessoas a fazer isso em seis meses.
E eu te falo: vale muito a pena.
Esse mercado no Brasil está só começando e dá pra contar nos dedos quantas pessoas estão despertas pra esse mercado. É uma oportunidade gigantesca.
É muita coisa pra fazer: são 5.570 municípios, 19.7 milhões de empresas, 820 mil instituições do terceiro setor, mais de 3 mil instituições de ensino entre públicas e privadas, em torno de 100 mil professores a serem capacitados.
São poucas pessoas preparadas para atender uma demanda muito grande. A minha empresa cresceu cinco vezes no ano de 2021 só com consultoria e treinamento pra cidades inteligentes. O mercado só cresce e quem entrar vai subir junto.
O processo de uma cidade inteligente é exatamente esse: crescer sem deixar ninguém pra trás, levando todo mundo junto.
Mas no que consiste a consultoria em cidades inteligentes? Ela tem vários aspectos, vou falar mais detalhadamente sobre isso em outra aula, mas resumidamente:
Cidades inteligentes tem quatro pilares, quatro agentes e quatro passos.
O consultor em cidades inteligentes é aquele que faz o alinhamento dos quatro pilares com os quatro agentes nos quatro passos.
Mas ele faz isso utilizando um método. Existe um caminho para fazer esse alinhamento. E quando ele chega na prefeitura e explica quais são esses pilares, como envolver os agentes e mostra o resultado que vai trazer, não tem jeito: ele é contratado porque isso é exatamente o que as cidades precisam.
Agora, para que você consiga trabalhar com isso, vai precisar esses desafios que estamos falando. E supera-los depende só de você.
Só você pode sair da sua zona de conforto para ir atrás de ter acesso ao conhecimento, ir atrás de como organiza-lo e de como transformá-los em argumentos. Mas você pode ter ajuda no processo depois de tomar a decisão.
E quanto mais rápido você tomar essa decisão de sair da sua zona de conforto e ajudar a promover e acelerar cidades inteligentes no Brasil, mais rápido você vai obter sucesso na sua carreira de consultor e mais rápido as pessoas que vivem nas cidades que você atuar vão ter qualidade de vida.
Certa vez me falaram “Grazi, muito obrigada por ter escolhido cidades inteligentes, porque hoje, por você ter escolhido e não ter desistido, a gente está impactando a vida de milhares de pessoas que vivem nos municípios que atuamos.”
Centenas de milhares de pessoas estão tendo a sua vida transformada porque nós estamos ensinando exatamente isso: como fazer o alinhamento dos quatro pilares com os quatro agentes através dos quatro passos.
E quem foi que disse que não será você quem vai fazer isso na sua cidade? Quem foi que disse que não é a sua missão de vida promover qualidade de vida pra outras pessoas através de políticas públicas? Só tem uma pessoa que pode te impedir de fazer isso: você mesmo. Ninguém pode te impedir de viver o seu propósito. Só você.
E, se é esse o seu propósito, você está no lugar certo.
Pode ser que você esteja pensando assim “mas Grazi, eu sou só um cidadão, não sei fazer isso”. E o que eu tenho pra te dizer é que tenho alunos que são “só cidadãos” e estão botando a boca no mundo. Tem gente que está com todos os políticos da cidade na mão porque está exercendo sua cidadania, verificando e acompanhando o que eles estão fazendo e dando feedback para a sociedade.
Só de você entender como funciona a política pública, você já quebra o esquema de corrupção da sua cidade. Só pelo simples fato de entender as regras do jogo, de saber cobrar que as coisas sejam executadas como a lei exige.
A gente precisa de mais cidadãos aprendendo e entendendo de cidades inteligentes. É por isso que a semana LICI existe. Faz parte do meu trabalho te mostrar o que está errado e o que tem que ser feito.
Vamos começar esse movimento de formar um exército de cidadãos inteligentes, sabendo cobrar e exercer seu papel de cidadania?
Mas pra isso, precisamos fazer essa informação chegar na nossa população. E eu preciso da sua ajuda pra isso, porque não vou conseguir fazer isso sozinha. Eu preciso que você leve esse convite pra outras pessoas. Posso contar com você?
Se queremos promover e acelerar cidades inteligentes, isso só depende de nós. A nossa missão é trazer o maior número de pessoas para acelerar cidades inteligentes e dar conhecimento para elas.
Quer transformar a sua cidade numa cidade inteligente? Comece compartilhando esse conhecimento com os quatro agentes da inovação. Manda pro Conselho Municipal, manda para as lideranças de bairro, manda pra todo mundo. A gente precisa trazer as pessoas pra poder participar desse movimento. Chama as cabeleireiras, chama a a os comerciantes da cidade, os padeiros… E deixa que o resto eu organizo, eu vou continuar trazendo o conhecimento que demorei quinze anos pra adquirir. Só traz a galera, você sabe quem são. Eu não sei na sua cidade quem são, mas você sabe. Convida essa pessoa pra cá, ok? Estou aguardando vocês. Até mais.