4 pilares das Cidades Inteligentes no Brasil

Quando se fala em cidade inteligente, o que você imagina? O que é uma cidade inteligente para você e como você acha que elas são no Brasil?

Se você acha que cidade inteligente é ter Wi-Fi na praça ou lâmpadas de LED, hoje você vai descobrir que não é nada disso.

A cidade inteligente no Brasil tem quatro pilares: 

ser uma cidade mais humana, mais eficiente, mais sustentável e mais inteligente.

Ela se resume numa sigla: CHESI:

Vamos falar mais sobre cada um desses pilares.

Cidade humana:

Uma cidade humana é aquela que se concentra em melhorar a qualidade de vida da população.

Essa melhoria está prevista no artigo VI da Constituição Federal, que diz que todo brasileiro tem direito à saúde, educação, moradia, transporte, geração de emprego e renda e assistência social aos desamparados. Quando criamos políticas públicas que têm um impacto positivo na vida do cidadão por meio de projetos, estamos investindo nesse pilar.

Cidade eficiente:

A cidade eficiente está prevista no artigo 37 da Constituição. Ela traz cinco princípios que precisam ser seguidos: o princípio da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Ao realizar um trabalho para a administração pública, é necessário garantir que esses cinco princípios sejam atendidos.

O princípio da eficiência possui dois indicadores aos quais devemos sempre prestar atenção: tempo e dinheiro.

Como podemos atender ao projeto da cidade humana, garantindo a qualidade de vida do cidadão (saúde, educação, transporte, turismo, mobilidade, geração de emprego e renda, assistência social), mas gastando menos tempo? Ou seja, como podemos diminuir o tempo de espera na fila do SUS ou na fila da creche? Como podemos reduzir o tempo que uma empresa demora para abrir seu cadastro na prefeitura e emitir uma nota fiscal?

Como podemos reduzir o tempo aumentando a qualidade?

É a resposta para essa pergunta que vai nos ajudar a alcançar uma cidade mais eficiente.

Alguns podem pensar que é impossível, mas não é. Existem países inteiros que já fazem isso, como a Estônia. Então não é impossível, nós só precisamos adaptar para a realidade brasileira.

Cidade sustentável:

O pilar da cidade sustentável está descrito na Constituição, nos artigos 182 e 225, e no Estatuto das Cidades, no artigo 2. Esses três artigos juntos fornecem a base para a cidade sustentável e orientam os projetos de cidades sustentáveis no Brasil.

Tudo o que falo aqui é baseado no princípio da legalidade. Não estou inventando nada, estou trazendo da Constituição. Esse é um projeto é apartidário, ele segue os princípios estabelecidos na Constituição, que devem ser seguidos independentemente de vontade ou partido político.

Cidades inteligentes

O pilar da cidades inteligentes foca na cidade educadora, na formação do cidadão inteligente, de consultores e agentes públicos para que todos estejam preparados para viver e construir a cidade inteligente.

É extremamente importante repetir esses conceitos porque eles são a base de todo o projeto de implantação de cidades inteligentes no Brasil.

Quando falamos em ter 50%+1 de cidades inteligentes no Brasil até 2030, estamos nos referindo a ajudar os municípios brasileiros a implantar esses quatro pilares. Isso quer dizer que todo mundo que está dentro ou presta consultoria para a administração pública precisa ser norteado por eles.

Por que ter clareza dos quatro pilares das cidades inteligentes é tão importante?

  • 1° Porque a gente precisa saber onde estamos e pra onde vamos.

  • 2° Porque precisamos de um norte constitucional que independe de vontade política e tem recursos do governo federal.

A política pública no Brasil é algo extremamente complexo. Somos um país de mais de 213 milhões de pessoas em mais de 5.570 municípios. A gente precisa ter um norte. Um norte constitucional.

Se cada município fizer a implantação dos pilares das cidades inteligentes a nível municipal, o Brasil inteiro ganha a nível coletivo.

Se cada município entender sua situação atual e onde quer chegar, alinhado aos pilares das cidades inteligentes, podemos transformar o país inteiro.

A Constituição nos dá diretrizes claras e o Governo Federal tem recursos para ajudar a implementá-las.

Se tivermos 5.570 municípios focando em alcançar resultados nos mesmos pilares, transformar as cidades em mais humanas, eficientes, sustentáveis e inteligentes todo mundo sai ganhando: os cidadãos terão uma vida melhor, os empresários terão novas oportunidades e os recursos públicos estarão concentrados em solucionar os problemas das cidades.

É por isso que a gente precisa ter clareza, porque nos ajuda a concentrar nossos esforços e resolver os problemas das cidades.

Então, quando você for prestar uma consultoria pro governo, precisa se perguntar: como que o meu projeto atende o pilar da cidade humana? E o pilar da cidade eficiente? Da cidade sustentável, da cidade inteligente?

Se todos os consultores direcionarem seus produtos e serviços para atender esses pilares, poderemos resolver de uma forma mais rápida os problemas que afetam o Brasil há séculos, como saneamento, regularização fundiária, habitação e mapeamento de áreas de risco, por exemplo.

Se a gente não aplicar esses quatro pilares, o que acontece?

O que já estamos vivenciando no Brasil: ineficiência, baixa qualidade de vida e aumento da corrupção.

Isso é reflexo de uma gestão ruim que não aplica os quatro pilares.

Há desperdício de recursos públicos em nível estadual, municipal e federal, além de desperdício de tempo dos servidores que precisam refazer tarefas várias vezes, pois os sistemas saem do ar e os dados são difíceis de encontrar. Isso gera demora no acesso às soluções oferecidas pelo poder público.

A qualidade de vida dos cidadãos também é afetada. As pessoas vivem em condições precárias, com casas caindo e sem acesso à educação.

Criamos inúmeras situações de ineficiência na administração pública. E a corrupção é uma consequência disso tudo.

Se queremos dar adeus a tudo isso, precisamos aumentar a eficiência da nossa administração pública. A melhor forma de fazer isso é implementando o projeto de cidade inteligente.

Para que isso aconteça, precisamos qualificar as pessoas. É assim que vamos conseguir aumentar a eficiência e a qualidade dos serviços e estabelecer um processo claro de quem faz o que, quando, por quê e quanto custa, diminuindo a corrupção no país.

Sabemos que parte da corrupção não é resultado da ineficiência, mas, dentro ou fora da administração pública, as pessoas sem ética sempre farão coisas erradas. Por isso, precisamos apoiar e capacitar as pessoas de bem para que se sintam seguras para ocupar os cargos de liderança.

Infelizmente, muitas pessoas corretas não querem entrar na administração pública ou oferecer consultoria, porque temem serem associadas a pessoas de mau caráter.

Não acabaremos com todos esses problemas de hoje para amanhã. É um processo, mas, quanto mais rápido começarmos, mais rápido vamos colher os resultados.

Antes de continuarmos, é importante dizer que existem muitas pessoas comprometidas com o projeto de cidade inteligente no Brasil, porém, muitas vezes elas estão sozinhas, sem o apoio necessário. Uma andorinha sozinha não faz verão, mas uma comunidade de lideranças comprometidas com as cidades inteligentes no Brasil sim. É por isso que criamos o projeto de aulas gratuitas, para ajudar as pessoas a entenderem como tudo funciona e elevar o nível de consciência da população brasileira sobre a política pública.

Onde as pessoas mais erram?

Um dos maiores erros cometidos por gestores, agentes públicos e consultores quando vão fazer a implementação do projeto de cidades inteligentes é que não alinharem seus instrumentos de planejamento com o princípio da legalidade.

Se a Constituição diz que nossas cidades precisam ser humanas, eficientes, sustentáveis e inteligentes, por que os planos diretores não estão sendo feitos pensando nisso? Por que ainda vemos as pessoas fazendo instrumentos só para cumprir uma obrigação, ao invés de pensar na qualidade de vida da população e criarem instrumentos realmente estratégicos que trarão mais recursos para nossas cidades?

Eu acredito que isso acontece mais por falta de conhecimento sistêmico e de compreensão de como todas essas leis conversam entre si do que mau caratismo. Claro que tem gente mau caráter, como já falamos, mas a maior parte das pessoas simplesmente não sabe o que fazer. Elas nunca foram informadas que precisam aplicar o princípio da legalidade se quiserem transformar uma ideia de projeto em realidade.

E esse é um dos meus objetivos: ajudar as pessoas a compreenderem e aplicarem os princípios da legalidade em seus projetos para que possamos me as transformar as cidades brasileiras.

Quais são os efeitos colaterais da a aplicação dos quatro pilares nas cidades inteligentes no Brasil?

O resultado será cidades mais humanas, eficientes, sustentáveis e inteligentes, além de um maior engajamento dos agentes da inovação.

Mais humana porque as cidades terão todos os seus projetos e políticas públicas voltados para melhorar a qualidade de vida do cidadão.

E qual é o cidadão que não deseja uma vida melhor? Quem não sonha com educação de qualidade, saúde eficiente, transporte confiável, saneamento básico e acesso a recursos essenciais como água, esgoto, energia e coleta de resíduos? Ninguém quer viver no meio do buraco, com o esgoto a céu aberto em uma cidade insegura.

É por isso que o pilar da cidade humana é tão estratégico e importante. Ele foca na qualidade de vida de todos – e é constitucional, deve ser atendido.

Nós teremos cidades mais eficientes, onde não precisaremos esperar por longos períodos para ter uma resposta, conseguir licenciamento ou mesmo abrir uma empresa.

Além de termos respostas mais rápidas, teremos mais respostas definitivas, que resolvem de uma vez por todas os problemas enfrentados pelo cidadão, consultor, setor privado, entidades do terceiro setor e instituições de ensino.

Quando temos um processo que funciona, que garante qualidade e eficiência, podemos ter economia de recursos públicos e de tempo, tanto para o agente público quanto para aqueles que esperam a resposta do serviço.

Quando vamos falar de cidade sustentável, falamos do tripé da sustentabilidade: gerar mais emprego e renda, inclusão social e preservação ambiental.

Uma cidade que não vai ter falta de continuidade de projetos ou sofrer quando muda uma gestão, porque teremos uma cidade com projetos de curto, médio e longo prazo.

E teremos uma cidade mais inteligente.

Uma cidade será tão inteligente quanto forem seus cidadãos.

É por isso que devemos preparar as pessoas para ocuparem os cargos de liderança: empresários, presidentes de associações do terceiro setor, gestores e agentes públicos, prefeitos, vereadores, consultores, profissionais liberais. Só assim teremos líderes capazes de acelerar o processo de criação de cidades inteligentes.

E a gente começa um pouquinho de cada vez. No ano passado, capacitamos quase mil lideranças, entre agentes públicos e consultores. Este ano, pretendemos triplicar esse número. justamente porque entendemos que formar lideranças é a base para transformar nossas cidades em cidades humanas, eficientes, sustentáveis e inteligentes.

Também devemos ensinar lideranças a engajar os agentes da inovação. Quando uma liderança entende o caminho e consegue engajar outras pessoas, ela se torna um agente multiplicador. Assim, criamos uma corrente do bem, onde uma pessoa engaja outras três, e essas três engajam mais três e assim por diante. Quando nos dermos contas, teremos criado o projeto de cidades inteligentes no Brasil.

É assim que a gente vai fazer tudo isso acontecer.

Já me disseram: “Grazi, o Brasil precisa de muitas Grazis, precisa de 5.570 Grazis”. Mas isso não é verdade. O Brasil precisa de 5.570 Joãos, Marias, Márcios… 5.570 líderes inteligentes que sabem acelerar as cidades. O LICI é a pessoa que foi capacitada por mim e que vai se tornar um multiplicador. É a pessoa que aprendeu o método, a regra do jogo e como aplicar isso no Brasil.

Não é possível ter 5.570 Grazis, então o que faremos é capacitar outras pessoas para que tenhamos pelo menos um LICI em cada município. Depois teremos dez por município, vinte por município, até ter um grupo de pessoas que compreenda essas regras e esteja implementando-as nas cidades de forma mais estruturada, eficiente, humana, inteligente e sustentável. E o Brasil será um lugar muito melhor.

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Nós temos a meta de 50%+1 de cidades inteligentes no Brasil até 2030, faltam:
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