Vou te contar o que é e como foi começar o projeto LICI e como tudo isso mudou a minha vida, a de milhares de pessoas e pode mudar a sua também.
O projeto LICI tem uma meta: ter 50%+1 de cidades inteligentes no Brasil até 2030.
E a gente vai fazer isso através da capacitação e formação de liderança em cidades inteligentes, ensinando gestores públicos e privados, profissionais e cidadãos em todo o Brasil o caminho para transformar uma cidade comum em uma cidade inteligente através da área que já atuam.
Essa meta é inalcançável sozinha, mas totalmente possível se unirmos forças. É por isso que a gente trabalha para formar multiplicadores (pessoas que estejam preparadas para realizar essa transformação).
Mas o que é uma cidade inteligente?
O projeto LICI trabalha com os 4 pilares constitucionais das cidades inteligentes:
Cidade humana
Cidade eficiente
Cidade sustentável
Cidade inteligente
Foco na melhoria da qualidade de vida das pessoas através de políticas públicas. A cidade humana está no Art. 6º da constituição.
“São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.”
Está relacionado ao Artigo 37º da constituição. O artigo traz o acrônimo LIMPE, que diz os princípios que devem reger todos os processos feitos pela administração pública ou por quem presta serviço para administração pública, sendo eles:
- Legalidade
- Impessoalidade: sem favorecer nenhum grupo.
- Moralidade
- Publicidade
- Eficiência: garantir que o dinheiro público de fato impacte a vida das pessoas. Aqui entra a tecnologia e inovação, mas também toda questão de infraestrutura necessária para fazer as coisas básicas funcionarem (saneamento, rodovia, transporte, iluminação pública, etc).
É com esse propósito que trabalhamos. E, como foi dito lá no começo, isso só é possível porque trabalhamos formando multiplicadores: os líderes LICI.
Os líderes LICI são lideranças locais, gestores públicos, profissionais de curso superior, cidadãos que entenderam o que é preciso para transformar cidades comuns em cidades inteligentes e aplicam esse conhecimento para destravar as cidades e transformá-las de fato.
Dessa forma, é possível que os municipios criem comissões e possam contar com pelo menos 5 pessoas comprometidas com a continuidade do projeto – uma do governo, uma da empresa, uma das instituições de ensino, uma da sociedade civil organizada. Cinco pessoas que não só estão inteiramente comprometidas com o projeto, mas que também entendem o que precisa ser feito.
São essas pessoas que o projeto LICI busca.
O que o projeto LICI já conseguiu fazer em 2 anos de trabalho
- Nossas aulas gratuitas, disponibilizadas tanto no Youtube como no Instagram, já impactaram mais de 500 mil pessoas. Isso quer dizer que estamos conseguindo levar essas informações para cada vez mais pessoas. Essas aulas são importantíssimas para preapar a base, para plantar esses valores de transparência e anticorrupção na população, capacitando àquelas pessoas que desejam para que se tornem líderes que saibam executar seus projetos sem cederem aos “esqueminhas”
- Temos mais de 500 profissionais certificados ou em processo de certificação pelo instituto LICI, alunos que pagaram para aprender a acelerar e impactar cidades no Brasil.
- Mais de 500 lideranças locais capacitadas através dos cursos e oficinas presenciais. Se somarmos a população desses municípios que tiveram suas lideranças preparadas e qualificadas, isso gera um impacto indireto de mais de 500 mil pessoas.
- Depois dessa capacitação, esses foram alguns retornos que tivemos das prefeituras:
- Conseguiu fazer plano de redução de risco
- Mapeou de áreas de risco
- Captou mais de 70 milhões para realizar projetos
- Começou a criar um centro de inovação e tecnologia, com mais de R$4MM captados para investir
- Depois dessa capacitação, esses foram alguns retornos que tivemos das prefeituras:
Como você pode ver, o impacto que o projeto LICI causa é gigantesco. E isso é só o começo, são apenas dois anos de história e trabalho. Estamos cada vez mais entendendo como funcionam as regras e adequando os processos pra conseguir escalar e chegar em mais pessoas.
Veja que as coisas já estão acontecendo e é por isso que eu digo que acreditar na mudança da sua cidade não é loucura. Não é loucura porque é possível, basta saber onde você está, onde quer chegar e o que é preciso fazer pra chegar lá. Basta ter um propósito.
Como surgiu o projeto LICI
Quando você vê que já impactamos mais de 1 milhão de pessoas de forma indireta e que de forma direta já formamos mais de mil lideranças (num país com pouco mais de cinco mil municípios) talvez você pense que sempre foi assim. Mas eu preciso te dizer que não foi. Antes desse projeto ter sucesso, eu caí em alguns buracos. E quero compartilhar o que aconteceu pra você entender que o caminho não é tão fácil assim de ser trilhado. Contudo, é completamente possível.
Vamos lá, vou contar sobre as 3 grandes quedas que tive e que me ajudaram a chegar até aqui – ainda que eu não soubesse disso na época.
Eu nunca quis ser empresária, sempre quis ser professora. Então, fiz a graduação e me formei em geografia. Mais tarde fiz mestrado e doutorado na mesma área.
A geografia trabalha muito a questão da organização do território municipal (zona urbana e rural), abordando o tema de várias formas diferentes: em questão econômica, política, social, cultural e ambiental, para citar algumas. E eu me apaixonei por isso, ao ver como o território pode ser organizado e como isso pode melhorar a qualidade de vida das pessoas.
Me apaixonei e segui carreira acadêmica, indo atrás do sonho de ser professora universitária. Trabalhei por 10 anos pra cumprir e terminei o doutorado 6 meses antes de fazer concurso pra cumprir o requisito e quando eu fiz, não passei. Essa foi a minha primeira queda.
Passei dez anos me preparando para um resultado que não chegou e isso me deixou extremamente decepcionada e insegura. Ali a porta do setor público se fechou pra mim – e do setor privado também.
Eu estava extremamente qualificada, com título de Doutor num momento de crise econômica (em 2015). As universidades estavam mandando professores embora, então não consegui voltar para o setor de educação que eu havia saído para terminar o doutorado. Além disso, eu também não conseguia trabalhar em empresas de consultoria, pois a minha hora era cara demais.
Então, indo contra o que eu queria no começo, abri uma empresa na área de licenciamento ambiental com um amiga. Mas, no ano de crise, nada estava sendo licenciado e a empresa faliu em menos de um ano. Se eu já estava insegura antes, agora eu estava segura. Segura de que não servia para nada. Mas, sem opção, abri outra empresa.
Nessa empresa eu trabalhei com desenvolvimento de sistemas durante quase um ano, coordenando uma equipe de desenvolvedores. Comecei a entender esse mundo de inovação, a linguagem que se usa nesse universo e isso foi uma grande escola. A gente conseguiu fazer um trabalho muito bom e gerar um resultado muito legal.
Esse momento me trouxe muito conhecimento, mas, mais importante do que isso, ele me fez enxergar que eu tinha, sim, uma habilidade, uma competência desenvolvida. Isso me fez ver que tudo que eu tinha vivido até ali fazia parte de um processo que estava me levando para onde eu deveria, de fato, chegar.
Depois disso tudo, eu criei a metodologia CHESI de aceleração de cidades inteligentes. E essa metodologia foi aplicada num projeto piloto, em 2019, na cidade de Andradas, no sul de Minas Gerais – e eu consegui com que a aplicação desse projeto piloto fosse vendida para a prefeitura, por algo em torno de R$18.000, ainda que fosse a primeira aplicação – ou, em outras palavras, um teste.
A metodologia CHESI é a elaboração de um planejamento estratégico colaborativo, onde você envolve as principais lideranças da cidade, os cinco agentes da inovação, mapeia 72 indicadores, define quatro projetos prioritários e as diretrizes desses projetos.
Depois de executá-la pela primeira vez, eu me vi diante de uma metodologia que me possibilitava fazer em 16 horas uma consultorira que demorava um ano para fazer. Foi ali que nasceu o projeto LICI. Eu jamais poderia deixar aquilo só pra mim. Como a professora que sempre fui, o meu desejo foi ensinar outras pessoas a fazerem isso, para que elas pudesem entender o passo a passo do que precisa ser feito e pudéssemos, juntos, começar a destravar mais cidades.
E foi exatamente isso que eu fiz. A partir desse momento, comecei a criar o projeto LICI, que é a capacitação de lideranças. Dentro dele, nós trabalhamos a liderança em dois níveis: o líder LICI e o Consultor.
No nível Líder LICI é ensinado:
- Como funcionam as regras do jogo
- Como funciona a política pública como os instrumentos legislativos municipais interagem entre si e podem ser usados para potencializar o projeto de cidades inteligentes
- Quem são os agentes da inovação e o que cabe a cada um, para que na hora de conversar com eles você saiba o que falar e o que não falar
- Gerar demanda de projetos de impacto e garantir os recursos para ele
- Identificar fontes de financiamento
Você pode usar isso enquanto cidadão para realizar os projetos que sua comunidade deseja.
Pode usar enquanto empresário, vendendo consultoria, ganhando dinheiro com isso.
Pode usar enquanto instituição de ensino para fazer projetos de pesquisas, projetos de extensão, projetos em parceria escola-comunidade-governo.
Pode usar enquanto ONG para oferecer projetos e serviços.
Pode usar enquanto gestor público, para tirar os projetos do papel, melhorar a qualidade de vida das pessoas da sua cidade, deixá-las felizes para que votem em você novamente.
Isso apenas já é gigante, já causa um impacto imenso. Mas para aqueles que querem ir além, que desejam fazer disso uma carreira, eles podem dar outro passo e se tornarem consultores, aprendendo a aplicar a metodologia.
No nível de consultor é ensinado:
Como aplicar a metodologia. Mas para ser um consultor, você precisa passar pelo nível um primeiro.
6 perfis que podem participar do projeto LICI e como eles podem fazer isso
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1
Empresas
aquelas que gostariam de trabalhar à sua imagem e associá-las com um projeto de impacto social. Hoje isso é muito valorizado pela sociedade. Uma empresa que tem responsabilidade social pode melhorar sua imagem ao apoiar projetos que tem impacto social, patrocinando eles. E uma forma de fazer isso é patrocinar aplicação de uma oficina CHESI no seu município.
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2
Empresário, profissional liberal, funcionário CLT
aprendendo como funciona esse modelo de negócios de cidades inteligentes e levar esse conhecimento para a área em que você atua, melhorando o seu repertório e portfólio e ganhando destaque.
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3
Gestores públicos ou quem gostaria de concorrer às eleições
se capacitando para ser verdadeiramente uma liderança que entende como funcionam as políticas públicas. Sabendo, por exemplo, o que é um PPA, LOA, LDO, um plano diretor, quais são os 26 instrumentos de planejamento que são obrigatórios na cidade, etc.
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4
Professores
professores que querem formar cidadãos.
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5
ONGs
as ONGs que querem parar de ficar pedindo dinheiro e conseguir recursos para os projetos relacionados à política pública.
-
6
Cidadãos
cidadãos que estão cansados de ver a sua cidade afundando.
Por muito tempo eu achei que estava sozinha e tive medo de ter meu nome associado com algum esquema de corrupção. Mas quando olho o que conseguimos até aqui, fico feliz porque tive coragem de fazer e de chamar outras pessoas para participarem desse projeto comigo, porque conseguimos criar um ambiente seguro para que os nossos líderes se sintam acompanhados, possam tirar suas dúvidas e compartilhar as suas conquistas.
Juntos somos mais fortes, chegamos mais longe e vamos mais rápido.
Eu tentei fazer isso sozinha e demorei mais de 15 anos para achar a resposta. Depois de tanto, hoje consigo ensinar os meus alunos e em menos de um ano eles conseguem ter resultados. Se você quer ter isso, se quer fazer 15 anos em 1, você vai ter a oportunidade de estar com a gente e participar da nossa comunidade. A escolha é sua, é claro, mas faça essa reflexão comigo: toda vez que você terceirizou a sua decisão de escolha, sobretudo em políticas públicas, quando você elegeu alguém e deixou para que ela tomasse a decisão do que fazer, o que aconteceu na sua cidade?
Se eu te falasse que você pode ser a pessoa que tem a chave na mão para mudar esse cenário, você teria coragem de pegar essa chave? É isso que você quer? Se é, continue nos acompanhando e não perca a oportunidade de fazer parte da nossa comunidade quando as inscrições abrirem.