3 perfis de empreendedor que atrapalham a cidade inteligente

As cidades inteligentes estão ganhando cada vez mais destaque em nossa sociedade, sendo reconhecidas por sua eficiência, uso inteligente de recursos e qualidade de vida para os cidadãos. No entanto, nem todos os empreendedores estão contribuindo para esse avanço. Hoje, discutiremos três perfis de empreendedores que podem atrasar o desenvolvimento de cidades inteligentes.

Mas antes de te contar quais são, deixa eu te contar um pouco sobre a minha empresa.

O Instituto Smart Citizen
 

O Instituto Smart Citizen (ISC) é uma organização sem fins lucrativos que surgiu no setor privado com o objetivo claro de acelerar o desenvolvimento de cidades inteligentes no Brasil.

Por meio de parcerias estratégicas, incluindo uma colaboração com a Organização das Nações Unidas (ONU) por meio do Pacto Global, o ISC busca implementar a Agenda 2030 no país, visando criar cidades eficientes e inteligentes que beneficiem todos os habitantes.

O Instituto é comprometido com a erradicação da corrupção e segue práticas legais e éticas. Seu modelo de negócio segue o conceito ESG (Environmental, Social and Governance – Ambiental, Social e Governança) e como signatário do Pacto Global da ONU, tem o compromisso de atender a uma série de objetivos, incluindo o combate à corrupção e o desenvolvimento de investimentos sociais.

Nossa meta é promover o desenvolvimento de mais de 2.570 municípios brasileiros, representando 50%+1 das cidades, como cidades inteligentes até 2030.

Além de se concentrar no governo, a gente busca auxiliar as empresas em sua jornada rumo a cidades mais inteligentes e sustentáveis.

Agora, voltando aos perfis de empreendedores que podem atrapalhar o avanço das cidades inteligentes, é importante destacar que, ao contrário do que muita gente pensa, uma cidade inteligente não é resultado apenas das ações exclusivas do governo, os empresários também desempenham um papel importante nesse processo, independentemente do tamanho do negócio.

Desde pequenas empresas até profissionais autônomos, todo mundo tem a responsabilidade de alinhar suas ações e discursos para impulsionar as cidades inteligentes no Brasil.

Cenário empreendedor no Brasil

Atualmente, o cenário empreendedor no Brasil enfrenta grandes desafios decorrentes do alto desemprego, fechamento de empresas e a crise econômica que assola o país. Essa conjuntura econômica desfavorável é agravada pela crise sanitária, que intensifica os problemas sociais.

O elevado índice de desemprego acarreta impactos significativos na segurança pública, contribuindo para o aumento da violência e a proliferação de uma população em situação de vulnerabilidade social.

Para superar esses desafios, é necessário que os empreendedores abracem um propósito maior e alinhem suas ações e discursos para impulsionar o desenvolvimento das cidades inteligentes no Brasil. Isso requer uma visão de longo prazo, onde os empreendedores compreendam a importância de promover práticas sustentáveis, inclusivas e tecnologicamente avançadas.

É necessário buscar alternativas que impulsionem a geração de emprego e renda, além de investir em setores estratégicos capazes de alavancar o crescimento econômico. O engajamento e a colaboração entre empreendedores, governo e sociedade civil são fundamentais para superar os desafios atuais e construir um futuro mais promissor para todos.

Desafios estruturais

Embora a pandemia tenha desencadeado uma crise econômica e sanitária, as raízes desses problemas já estavam presentes e se aprofundaram ao longo do tempo.

O Brasil não estava preparado para lidar com os impactos da economia global e com a magnitude do COVID-19.

Ao compararmos a situação do Brasil com países desenvolvidos, como a Escócia e Londres, onde as cidades inteligentes são consideradas referências, fica evidente que os impactos não atingiram o mesmo nível. Isso demonstra a necessidade de reconhecer que a culpa não pode ser atribuída unicamente à pandemia, mas sim a uma série de questões estruturais que o Brasil vem enfrentando há décadas.

A administração pública brasileira tem se concentrado em remediar as consequências dos problemas, em vez de enfrentar suas causas profundas.

É necessário adotar uma abordagem mais holística, focada no desenvolvimento sustentável das cidades, levando em consideração aspectos econômicos, sociais e ambientais.

Para superar os desafios futuros, é essencial reconhecer a interconexão entre a crise sanitária, a crise econômica e as questões sociais. Essas crises se intensificam mutuamente, gerando desemprego, falta de geração de renda, aumento dos índices de violência, insegurança alimentar e agravamento da vulnerabilidade social.

Nesse contexto, é fundamental buscar soluções inovadoras e sustentáveis para acelerar o desenvolvimento de cidades inteligentes no Brasil. Os empreendedores desempenham um papel crucial nesse processo, e é importante identificar três perfis de empreendedores que podem atrapalhar o progresso das cidades inteligentes.

Ao compreender como esses empreendedores estão agindo de forma equivocada, podemos destacar as ações necessárias para que eles alinhem seu discurso e suas ações, contribuindo para impulsionar o desenvolvimento de cidades inteligentes no Brasil. Dessa forma, será possível superar os desafios atuais e construir um futuro mais próspero e sustentável para todos os cidadãos.

Então, precisamos compreender que nem tudo é culpa da pandemia. A pandemia apenas expôs os problemas que já existiam. Ela trouxe à tona o que já estava presente, mas já enfrentávamos essas dificuldades há muitos anos. Não é algo recente, não se trata apenas do governo atual ou do governo anterior. Essa situação remonta a mais de um século de administração pública no Brasil, passando por diferentes modelos econômicos, império, democracia, ditadura e novamente democracia. Todos os poderes ao longo dos últimos 500 anos contribuíram para a situação atual.

O Brasil possui problemas enraizados que persistem há cinco séculos e que nenhum dos governantes até hoje conseguiu resolver. Um exemplo é a regularização fundiária, um problema que persiste há 500 anos e que nenhum governo, incluindo o atual e os anteriores, conseguiu solucionar. Isso ocorre porque temos um comportamento arraigado de pensar no curto prazo, de tentar resolver apenas o presente, sem levar em consideração o futuro.

Esse comportamento não se restringe apenas ao governo ou à elite brasileira, é uma mentalidade que permeia a sociedade como um todo.

Essa mentalidade de adiar as coisas, de tentar resolver apenas o aqui e agora, tem consequências negativas. Precisamos entender o contexto e a situação atual para podermos propor soluções efetivas. Não importa de quem é a culpa, o problema está acontecendo. E se não mudarmos nosso comportamento, a situação pode piorar.

O caminho para garantir cidades inteligentes no país

Então, como podemos melhorar essa situação? Qual é o caminho a seguir? A resposta está no modelo de negócio das cidades inteligentes. As cidades inteligentes são a esperança de promover o desenvolvimento econômico, gerar empregos, melhorar a qualidade de vida dos cidadãos e enfrentar os desafios atuais. No entanto, é importante compreender que uma cidade inteligente não é construída apenas por uma pessoa ou por uma tecnologia.

Uma cidade será tão inteligente quanto forem seus cidadãos.

É por meio da educação, preparando líderes inteligentes para ocupar cargos governamentais, empresariais e na sociedade civil, que podemos criar um projeto conjunto de cidade inteligente.

Isso foi o que aconteceu em Londres, Talim, nos Estados Unidos, no Japão e em outros países que se tornaram referências em cidades inteligentes. No Brasil, ainda precisamos percorrer esse caminho. Precisamos unir os quatro agentes da inovação: governo, empresas, escolas e sociedade civil. Esse é o caminho que garantirá continuidade e promoverá cidades inteligentes no país.

Precisamos entender as regras do jogo, pois no Brasil o poder é dividido entre o executivo, legislativo e judiciário. O presidente, sozinho, não pode resolver todos os problemas. É uma questão de colaboração e envolvimento de todos os níveis de poder.

A Constituição brasileira estabelece que essa parceria entre os agentes da inovação é fundamental, e não é uma opção, é uma obrigação constitucional. É necessário envolver os cidadãos nas discussões e nas decisões. No entanto, ainda enfrentamos desafios nas empresas e nas escolas. Nossa população não compreende completamente a importância da participação cidadã ou o setor público.

Além disso, nossos empreendedores não compreendem totalmente o modelo de negócio necessário para promover cidades inteligentes.

O mercado de cidades inteligentes está em pleno crescimento. Mais de 22 trilhões de dólares serão investidos nesse mercado até 2050. Nos próximos 30 anos, o mercado de cidades inteligentes será o que mais crescerá no mundo. Se você não alinhar e adaptar seu modelo de negócio para estar em sintonia com as cidades inteligentes, há uma grande chance de sua empresa entrar nas estatísticas de empresas que faliram nos próximos anos. Apenas no primeiro semestre de 2020, 716 mil empresas fecharam as portas por não estarem preparadas para o mercado de cidades inteligentes.

O mercado de cidades inteligentes trará mudanças na forma como as empresas precisam se estruturar. O trabalho remoto, a presença digital e o uso de ferramentas online são parte integrante desse modelo de negócio. Se você ainda não está familiarizado com essas práticas em sua empresa, associação, escola ou governo, está fora desse mercado e corre o risco de ser engolido. O tsunami já está chegando e, se você resistir, acabará se afogando. É preciso compreender as tendências e se adaptar para garantir o crescimento de sua empresa.

Empreendedores que atrapalham o avanço das cidades inteligentes

O primeiro perfil de empreendedor é o relutante, aquele que nega o processo e acredita que as coisas voltarão ao “normal”. Ele pensa que não precisa se adaptar e que tudo ficará bem. Se sua empresa ainda não adotou o home office e ferramentas digitais, por exemplo, é hora de repensar.

Negar a mudança não fará com que ela desapareça: você precisa se render e se adaptar.

O segundo perfil é o empreendedor desentendido. Ele reconhece que houve mudanças e que o novo cenário afetou sua empresa, mas acredita que sobreviverá mesmo continuando a fazer as coisas do mesmo jeito. Essa mentalidade é perigosa, pois impede o crescimento e a escalabilidade do negócio. O mercado de cidades inteligentes exige modelos de negócio flexíveis e inovadores. Se você continuar fazendo as coisas da mesma forma que fez nos últimos vinte anos, sua empresa não terá a capacidade de crescer. É essencial adotar técnicas de marketing digital e estar aberto a novas formas de trabalhar e se relacionar com o mercado.

Por fim, temos o empreendedor sabichão, aquele que acredita já saber tudo e não vê valor em aprender com os outros. Esse tipo de empreendedor atrapalha o progresso das cidades inteligentes, pois toma decisões baseadas apenas em sua opinião, sem considerar diferentes perspectivas. É fundamental baixar a guarda e se colocar no papel de aprendiz. Na cidade inteligente, o processo é colaborativo, e a opinião de todos é importante. A troca de experiências entre diferentes gerações e setores é enriquecedora e acelera o progresso.

Educação é um pilar fundamental para promover cidades inteligentes, pois ela não apenas muda as pessoas, mas também capacita indivíduos a transformarem o mundo ao seu redor. Ela é o pilar que sustenta a promoção de líderes inteligentes, sejam eles empresários, gestores públicos, professores ou membros da comunidade. Sem um forte sistema educacional, não teremos gestores públicos, empresários e sociedade civil preparados para impulsionar esse processo.

A educação não muda o mundo, mas muda as pessoas, e são essas pessoas que transformam o mundo.

Paulo Freire, patrono da educação brasileira, disse: “Ninguém ensina ninguém, todos aprendem coletivamente.” É por meio da educação que podemos formar líderes inteligentes e promover cidades inteligentes.

Essa é a essência do processo, e precisamos ouvir uns aos outros. Não acredito que haja uma cidade inteligente sem um sólido sistema educacional. A educação é o caminho para impulsionar líderes preparados e garantir o progresso das cidades inteligentes.

Como os empreendedores podem contribuir para o desenvolvimento de cidades inteligentes?

Eu tive que enfrentar vários desafios e aprender na prática que ser empreendedor exige uma mentalidade diferente, exige habilidades de gestão, estratégia e adaptação constante. Foi um período difícil, cheio de incertezas e aprendizados, mas também foi uma oportunidade de crescimento pessoal e profissional. Com o tempo, fui me reinventando, buscando conhecimento, estudando novas áreas, ampliando meu networking e explorando oportunidades de negócio. Aos poucos, fui ganhando confiança e obtendo resultados positivos.

Hoje, com o Instituto Smart City, estou comprometida em ajudar outros empreendedores a compreenderem a importância da cidade inteligente e a se adaptarem a esse novo modelo de negócio. Reconheço que o processo de transformação pode ser desafiador, mas também acredito que é possível alcançar sucesso e crescimento sustentável. Para isso, é essencial abandonar a mentalidade de curto prazo e focar em estratégias de longo prazo, investindo em educação, capacitação e no desenvolvimento de uma visão mais ampla.

O sucesso não está garantido apenas pelo conhecimento acadêmico ou por diplomas. É preciso colocar em prática o que se aprende, ser aberto a novas ideias, ouvir diferentes perspectivas e estar disposto a sair da zona de conforto.

Nesse sentido, convido os empreendedores a deixarem de lado a arrogância e a abrirem-se para o aprendizado contínuo. Não existe uma única verdade ou uma única forma de fazer as coisas. Ouvir e valorizar diferentes perspectivas é essencial para ampliar nossa visão e tomar decisões mais assertivas. A cidade inteligente é um processo colaborativo, onde todas as opiniões têm importância. Se você está insatisfeito com os resultados que obteve até agora, não desista. Olhe para si mesmo, reflita sobre suas ações e esteja disposto a aprender, evoluir e se adaptar.

A mudança começa dentro de cada um de nós, e é por meio dela que podemos transformar nossas vidas e contribuir para a construção de cidades inteligentes e prósperas. A jornada pode ser desafiadora, mas os resultados valerão a pena.

A mentalidade empreendedora

No início, eu não entendia como funcionavam as regras do jogo. Entrei em um modelo de negócio completamente desconhecido para mim e acabei falindo. Fiz parte das estatísticas de mais de setecentas mil empresas que também faliram. Depois disso, entendi o modelo de negócio, mas encontrei outro desafio: a falta de alinhamento de propósito.

Se os sócios de uma empresa não estão alinhados com o mesmo propósito, há grandes chances de que a empresa não resista. Chega um momento em que é necessário decidir o caminho que a empresa seguirá, e se os sócios não entrarem em acordo, a empresa quebra. Alguém precisará sair do quadro societário, seja você ou seu sócio. A empresa não seguirá adiante em sua constituição original, e provavelmente falirá.

Na terceira vez em que abri uma empresa, eu já entendia o modelo de negócio e também havia compreendido o processo da sociedade e como as coisas funcionavam. Nesse momento, busquei compreender os fatores que influenciam o desenvolvimento de uma cidade inteligente e o sucesso das empresas nesse contexto. Cheguei a identificar quatro fatores essenciais.

Esses fatores são os seguintes:

  • 1

    É importante entender a situação do empresário antes de abrir o negócio. O líder da empresa, aquele que toma decisões, possui um grande poder de influência sobre o sucesso da empresa. Se o empresário não está equilibrado em sua situação financeira, se está endividado, sem uma rede de contatos sólida ou sem um bom produto, isso definitivamente afetará o sucesso da empresa.

  • 2

    Outro fator crucial é o modelo de negócio da empresa. É necessário que as pessoas envolvidas estejam alinhadas com o propósito da cidade inteligente e também tenham um planejamento sólido. Elas precisam saber o que fazem, como fazem, quando entregam e qual o custo envolvido.

  • 3

    Além disso, é fundamental ter clareza sobre o tipo de produto, o perfil do cliente, a lista de clientes, os concorrentes principais e todo o planejamento necessário. Infelizmente, muitos empresários brasileiros não possuem esse planejamento adequado para seus negócios, muito menos alinhado com o modelo de cidade inteligente.

  • 4

    Ter um modelo de negócio alinhado com as cidades inteligentes. Muitas empresas possuem um modelo de negócio, mas não estão adaptadas às cidades inteligentes. Mesmo que tenham um modelo de negócio, se não se adaptarem a esse novo contexto, acabarão falindo. É preciso capacitar as pessoas em gestão empresarial e explicar que a forma antiga de fazer as coisas não será mais eficiente. A equipe precisa se adaptar às mudanças, e o líder deve transmitir segurança nesse processo.

Agora você pode estar se perguntando: o que isso tem a ver com um consultor de cidade inteligente? Pois bem, isso envolve um mercado muito amplo. São mais de 80 milhões de empresas no Brasil que precisarão passar por esse processo. O consultor de cidades inteligentes pode atuar tanto no governo quanto no setor privado, nas escolas e nas organizações do terceiro setor. Todos precisarão melhorar, adaptar e atualizar seus modelos de negócio para as cidades inteligentes.

É importante destacar que o consultor de cidade inteligente não é exclusivo do governo. O mercado de consultoria em cidades inteligentes envolve os quatro agentes da inovação: governo, empresas, escolas e sociedade civil. O consultor desempenhará um papel fundamental no mercado privado, auxiliando a implementação dos princípios de sustentabilidade, governança e impacto social nas empresas.

Esse mercado é promissor e ainda carece de profissionais qualificados. Os consultores precisarão se capacitar para desenvolver projetos alinhados com o modelo de negócio da cidade inteligente. E aí está a oportunidade para quem deseja atuar nessa área. O mercado de cidades inteligentes é extenso, abrangendo milhares de municípios, empresas, escolas e associações. Portanto, não há concorrência a ser temida, mas sim uma oportunidade de compartilhar conhecimento e acelerar o desenvolvimento das cidades inteligentes no Brasil.

Se você quer fazer parte desse movimento, é fundamental entender os quatro pilares essenciais mencionados anteriormente: compreender as regras do jogo, alinhar o modelo de negócio com a cidade inteligente, capacitar a equipe e entender a gestão do negócio. É necessário olhar para esses pilares e buscar desenvolvê-los em sua empresa, instituição de ensino, associação ou governo.

Vamos juntos construir um futuro de cidades inteligentes no Brasil, promovendo qualidade de vida, sustentabilidade e desenvolvimento. Não deixe ninguém para trás, compartilhe esse conhecimento e vamos acelerar as cidades inteligentes no Brasil.

Esse artigo é o resumo de uma live, para assisti-la, clique aqui!

Se inscreva em nossa newsletter para receber informações e atualizações sobre cidades inteligentes.

Nós temos a meta de 50%+1 de cidades inteligentes no Brasil até 2030, faltam:
Dias
Horas
Minutos
Segundos
© 2023 por Instituto LICI | Belo Horizonte – MG | CNPJ 32.000.914/0001-49